O épico de ficção científica intergaláctico é o filme mais rentável de 2024, até a data. Com quase US$ 600 milhões de dólares arrecadados nas bilheterias do mundo todo, Duna: Parte 2 é mais um sucesso recente da Warner Bros. e deixou Steven Spielberg - o homem que nos trouxe A. I., Contatos Imediatos do Terceiro Grau e E.T., verdadeiros ícones do gênero - realmente impactado.

Presentes no podcast da DGA, Director's Cut, Spielberg e Denis Villeneuve, o diretor canadense que conseguiu superar Duna com a sua sequência visualmente estonteante, conversaram sobre o longa - como reportou o THR.

"Esse é um épico verdadeiramente visual, e é também repleto de personagens profundamente criados. Ainda assim, os diálogos são esparsos, quando você olha proporcionalmente ao tempo de duração do filme. É cinema.", disse Spielberg honrando a visão única que Villeneuve conseguiu concretizar. "As tomadas parecem pinturas, e no entanto não há um ângulo ou plano que seja pretencioso...Você fez um dos filmes de ficção científica mais brilhantes que eu já assisti."

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Duna: Parte 2 © Warner Bros.

Villeneuve no panteão de "criadores de mundos"

Já no início da conversa, aquele que é um dos mestres do cinema contemporâneo foi direto ao colocar Villeneuve no panteão de grandes cineastas que ele chamou de "criadores de mundos".

"Me permita começar falando que existem cineastas que são criadores de mundos, e nós sabemos que a lista não é longa, mas nós sabemos quem muitos deles são", disse o diretor de Tubarão. "Começando com (Georges) Meliès e, claro, (Walt) Disney e (Stanley) Kubrick. George Lucas, George Pal, Ray Harryhausen...(Federico) Fellini construiu seus próprios mundos. Tim Burton, obviamente. Wes Anderson. Peter Jackson. James Cameron. Christopher Nolan. Ridley Scott, Guillermo del Toro. A lista continua. Mas não é uma lista tão longa, e eu profundamente, fervorosamente acredito que você é um dos mais novos membros dessa lista."

A cena preferida de Spielberg

Em um árido Arrakis, Villeneuve conseguiu brotar uma história mítica de significados profundos com cenas milimetricamente imaginadas que imergem o espectador em um ambiente tão deslumbrante quanto perigoso.

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Duna: Parte 2 © Warner Bros.

E é nessa hostilidade seca das dunas do planeta laranja que Spielberg encontrou o contraponto intrínseco presente no épico. "Há um anseio tão grande por água nesse filme. Por conta de toda a areia que existe no filme, é, na realidade, sobre água - as águas sagradas que são desejadas; os pastos verdejantes e a água azul da vida. Você filmou o deserto de forma que ele se assemelhasse a um oceano, um mar.", disse o diretor.

E Spielberg ainda revelou ao colega cineasta sua cena favorita de Duna: Parte 2 (e uma das preferidas que já viu na vida). "Os vermes da areia são como serpentes do mar e aquela cena (com o Paul) surfando em cima do verme da areia é uma das melhores coisas que eu já vi. Mas você fez o deserto parecer um líquido."