As Marvels estreia dia 9 de novembro em todo o país sem a concorrência de outros grandes blockbusters na mesma semana. O filme é a sequência de Capitã Marvel - lançado em 2019 - e une a heroína protagonizada por Brie Larson com duas aliadas superpoderosas, Monica Rambeau (apresentada na série da Disney, WandaVision) e Kamala Khan (apresentada na série Ms. Marvel).
No entanto, apesar de ser uma 'continuação' de um filme com êxito de bilheteria, as previsões de 'box-office' do longa não são muito animadoras e os números de ingressos vendidos para a pré-estreia estão muito abaixo do esperado para uma obra da Marvel. Um filme que 'na teoria' tem a receita do sucesso, mas que provavelmente será um dos maiores fracassos do ano; entenda os motivos.
Greve
Com a greve do Sindicato dos Atores de Hollywood (SAG-AFTRA) ainda em vigor, os grandes atores envolvidos no projeto - como Brie Larson - continuam sem poder promover a obra publicamente, muito menos conceder entrevistas relacionadas ao filme. Com este obstáculo na divulgação de As Marvels, o potencial de arrecadação do filme diminui cada vez mais, uma vez que o interesse do público no lançamento também cai. Apesar disso, a diretora do longa, Nia DaCosta - a mesma de A Lenda de Candyman - tem tentado publicitar o filme, já que a greve abrange somente os atores e não a equipe técnica.
Desgaste da 'Era Marvel'
Muitos críticos e jornalistas norte-americanos, há algum tempo, já apontam para um forte desgaste do público em relação aos filmes da Marvel. A Variety publicou recentemente uma matéria em que levanta possíveis indícios de uma derrocada da 'Era Marvel'. O primeiro deles acontece por conta de questões legais e das apostas para o futuro. Jonathan Majors, ator que estava pronto para encabeçar a nova fase do universo Marvel como o vilão Kang, está sendo julgado por violência doméstica, o que atravancou muitos dos planos do estúdio para os próximos lançamentos.
Outro fator que tem corroborado - e muito - para este desmoronamento tem a ver com quantidade de produtos audiovisuais que a Marvel tem trabalhado. Após o início da pandemia de COVID em 2020, a Marvel começou a produzir de forma incansável para aumentar o preço das ações da Disney+. Essas produções foram encomendas com a necessidade de interligar muitos enredos, o que acabou por gerar uma narrativa confusa na cabeça dos expectadores. A grande quantidade de conteúdo também fez com que a qualidade das obras regredissem e as pessoas ficassem esgotadas de histórias de super-heróis.
Outro sintoma desta avalanche de produção, foi a necessidade de sindicalização dos profissionais da Marvel, que alegaram condições de trabalho insustentáveis, que obviamente interferiam na qualidade final dos produtos. Existem relatos de situações desesperadoras para cumprir deadlines, tais como falta de supervisão no desenvolvimento do roteiro e efeitos especiais colocados de última hora.
Toda essa confusão - apesar de abranger todas as recentes produções da Marvel - não por acaso, se traduziu nas péssimas previsões de 'box-office' de As Marvels: um filme que custou 250 milhões de dólares, mas que tem a expectativa de arrecadar entre 75 e 80 milhões de dólares. Convenhamos, um número muito abaixo do acostumado pela empresa.
Opiniões negativas
Por fim, além do lançamento do filme de ter sido adiado duas vezes, a Marvel chegou a realizar em junho deste ano um incomum teste de audiência no Texas e a recepção do filme não foi muito calorosa. Segundo a própria Variety, a maioria das críticas foram 'medianas'.
Resta agora, conferir nos cinemas, se o filme que curiosamente leva o mesmo nome da empresa, será ou não o indiscutível ponto de virada - negativo - para a queda da 'Era Marvel'.