Robert Eggers dirige a adaptação do clássico do expressionismo alemão de F. W. Murnau, com a estrela de The Idol, Lily-Rose Depp, como a jovem enfeitiçada pelo perverso Conde Orlok, vivido pelo camaleônico Bill Skarsgård, em Nosferatu. O diretor continua a sua descida às sombras, após A Bruxa e O Homem do Norte, Eggers realiza o longamente gestado remake da produção alemã de 1922, que adaptou (sem autorização) Drácula, de Bram Stoker.
Assista ao trailer inédito abaixo.
Nosferatu
Mais de cem anos após sua primeira adaptação para o cinema, Ellen Hutter (Depp) sofre novamente sua atormentada história. "Nosferatu de Robert Eggers é um conto gótico de obsessão entre uma jovem mulher assombrada e o aterrorizante vampiro apaixonado por ela, causando um incalculável horror em seu rastro", conta a descrição oficial. Na trama, a jovem é seduzida pelo vampiro, enquanto o seu marido, Thomas Hutter (Nicholas Hoult), luta para salvar a sua vida.
O trailer revelado traz ainda Willem Dafoe, colaborador em outros filmes de Eggers, como o Professor Albin Eberhart von Franz. O elenco de Nosferatu inclui Aaron Taylor-Johnson (O Dublê), Emma Corrin (O Amante de Lady Chatterley), Ralph Ineson (A Bruxa) e Simon McBurney (Jane Eyre).
Originalmente, a atriz de A Bruxa, Anya Taylor-Joy, viveria a protagonista da trama, mas após o projeto sofrer duas reviravoltas e atrasos, não foi possível manter a atriz de Furiosa no elenco, confirma o IndieWire. O mesmo aconteceu com o personagem de Thomas Hutter, que já pertenceu a Harry Styles.
Já a decisão de Skarsgård para o papel do monstro tomou os seus próprios rumos interessantes. Decidido a trabalhar com Eggers, o ator sueco (o quarto de uma linhagem que começa com o pai, Stellan), chegou a ler para os papéis do alemão Friedrich Harding e a ser escalado para o papel de Thomas (isso antes de o projeto cair por terra pela segunda vez). Anos depois, foi contactado pelo diretor, que sugeriu que ele fizesse testes para o Conde Orlok.
As sombras de Bill Skarsgård
Em entrevista à Esquire, Bill Skarsgård discorreu sobre como conseguiu o papel vampiresco, para o qual o diretor demorou oito anos até achar o ator ideal. Com uma carreira construída projeto a projeto, Skarsgård ficou conhecido por gravitar em direção a papeis sombrios, com densidade, misteriosos - e, por que não? - maquiavélicos. É o caso do palhaço maníaco Pennywise, de It - A Coisa, o vilão francês Marquis, de John Wick 4: Baba Yaga, e do recente fúnebre Eric, no remake de O Corvo.
O ator tem um talento para se dissolver em seus personagens, e em Nosferatu não deve ser diferente. Ainda não foram reveladas imagens do vampiro, provavelmente a produção deixará para o público descobrir a sua aparência apenas nas salas de cinema, mas o ator afirma, "Eu não acho que as pessoas vão me reconhecer no filme".
"Ele é nojento", é a palavra usada por Skarsgård para caracterizar Conde Orlok - e não só, "Mas ele é muito sexualizado. É como brincar com o fetiche sexual sobre o poder do monstro, e qual o apelo que isso tem para você. Espero que você se sinta um pouco atraída por ele e enojada por sua atração ao mesmo tempo". Assim como os seus papeis precedentes, o ator mergulhou novamente de cabeça, às vezes deixando-se levar pelas profundezas. "Isso teve o seu preço. Foi como invocar o mal puro. Demorou um pouco até eu expulsar o demônio que havia sido invocado dentro de mim.", disse.
O mais curioso? Skarsgård não se sente muito atraído, como espectador, pelo gênero dos filmes em que adora trabalhar. "Não sou um grande fã de terror", afirma. Resta saber se ele se arrisca a assistir os títulos que ele mesmo protagoniza.
Nosferatu estreia, no Brasil, no dia 02 de janeiro de 2025.