Quase 15 anos depois de A Rede Social levar o Oscar de melhor roteiro adaptado ao contar a história do nascimento do Facebook, pelas mãos de estudantes de programação de Harvard tecnicamente geniais, mas socialmente inaptos, o mundo parece pronto para uma sequência.
Pelo menos aos olhos de Aaron Sorkin, que roteirizou o momento do surgimento do Facebook de Mark Zuckerberg, que se tornou o bilionário mais jovem da história. Em recente participação no podcast The Town with Matthew Belloni, Sorkin revelou a sua longamente gestada sequência de A Rede Social, que promete mergulhar fundo na face obscura do Facebook, conectando a rede ao ataque ao Capitólio nos EUA, em 06 de janeiro de 2021.
Para o roteirista, não há dúvidas da conexão entre a rede social e o ataque à democracia ocorrido em Washington D. C. por parte de apoiadores de Donald Trump, após a vitória do presidente Joe Biden. "Bom, eu vou escrever sobre isso. Eu culpo o Facebook pelo dia 06 de janeiro.", disse Sorkin a Belloni durante a conversa. Quando questionado sobre mais detalhes, Sorkin respondeu: "Você vai ter que comprar um ingresso."
A sequência
Em A Rede Social, Jesse Eisenberg interpreta Mark Zuckerberg em seus anos de Harvard até os processos enfrentados quando foi acusado de roubar a ideia para o Facebook dos gêmeos Winklevoss (Armie Hammer) e processado pelo brasileiro Eduardo Saverin (Andrew Garfield), ex-amigo e co-fundador da rede social.
Aaron Sorkin já havia comentado ao THR sobre uma potencial continuação do filme dirigido por David Fincher (Clube da Luta). "Bom, eu não quero fazer notícia aqui. Eu acho que o que tem acontecido com o Facebook nesses últimos anos é uma história que vale muito a pena ser contada, e há uma maneira de contá-la como uma continuação de A Rede Social, e isso é tudo que eu sei.", disse na época.
Durante o podcast, Sorkin explicou sua visão de como o Facebook tem impactado a política e a sociedade atuais: "O Facebook tem, entre outras coisas, ajustado o seu algoritmo para promover o material mais polêmico possível, porque é isso que vai aumentar o engajamento.", disse. "É isso que vai fazer você chegar - ao que eles chamam nos corredores do Facebook - o 'scroll infinito'... É suposto de haver uma tensão constante entre crescimento e integridade dentro do Facebook. Isso não existe. Existe apenas o crescimento. Se Mark Zuckerberg acordasse amanhã de manhã e percebesse que não existe nada que você possa comprar por US$ 120 bilhões que você não possa comprar por US$ 119 bilhões, 'Então, que tal se eu ganhasse um pouco menos de dinheiro? Eu vou aumentar a integridade e diminuir o crescimento.' Sim, você pode fazer isso trocando um 1 por um 0.", concluiu.
Ainda não é certo se Fincher dirigirá da sequência de A Rede Social, tendo Sorkin manifestado o seu desejo de trabalhar com o diretor novamente.