O Festival de Cinema de Rotterdam (IFFR) é um dos mais conceituados mundialmente e é comum filmes brasileiros marcarem presença no evento. Este ano, a 53ª edição do Festival que acontece anualmente na Holanda, selecionou nove títulos nacionais.
Longas-metragens
Tiger Competition
A conhecida "Tiger Competition" reúne filmes de espírito inovador de cineastas promissores de todo o mundo. Entre os selecionados, está Praia Formosa, da brasileira Julia De Simone, um projeto que continua os estudos da cineasta sobre a região do porto do Rio de Janeiro. Seu terceiro longa migra do documentário para a ficção ao contar a história de Muanza, uma mulher nascida no Reino do Congo no início do século XIX, que é traficada para o Brasil e acorda no Rio de Janeiro dos dias de hoje. A obra aborda questões de colonização, sororidade e raízes culturais.
Harbour
Já na categoria "Harbour" do Festival de Rotterdam, três títulos brasileiros marcam presença. Um deles é o longa-metragem Greice, de Leonardo Mouramateus, uma co-produção Brasil-Portugal. A trama gira em torno de Greice, uma jovem brasileira de 21 anos que frequenta a Faculdade de Belas Artes de Lisboa e que trabalha como figurinista para uma cantora pop. Ela conhece Alfonso e os dois iniciam uma relação, até que um incidente coloca a sua residência portuguesa em perigo e ela volta ao Brasil.
Já em Levante, Lillah Halla introduz Sofia, a estrela do time de vôlei da escola. Após descobrir que está grávida, Sofia vê suas escolhas como limitadas em um país onde o aborto é proibido. Mas ela tem a certeza de que não pode virar mãe e sua equipe continua do seu lado em todas as etapas do seu caminho.
O terceiro filme na categoria é A Paixão Segundo G. H.. Dirigido por Luiz Fernando Carvalho (Lavoura Arcaica), o longa é basedo em uma obra de Clarice Lispector, com Maria Fernanda Cândido e Samira Nancassa no elenco. No enredo, uma escultora decide arrumar o seu apartamento e encontra uma barata. O encontro causa uma crise existencial na artista e leva-a a uma nova experiência de vida.
Big Screen Competition
Já na "Big Screen Competition", está Retrato de um Certo Oriente, de Marcelo Gomes. Passado no fim dos anos 1940, os irmãos cristãos Emilie e Emir decidem deixar o Líbano e embarcar rumo ao Brasil. No caminho, porém Emilie apaixona-se por Omar, um mercador muçulmano, o que deixa Emir enfurecido e leva a trama à consequência desastrosas.
Curtas-metragens
Há também filmes brasileiros em Rotterdam nas categorias de curta-metragens. Na "Tiger Short Competition”, encontra-se Potenciais à Deriva, um filme inacabado realizado por um brasileiro que morou em Los Angeles durante o exílio. São fragmentos reunidos por um diretor desconhecido, sob o pseudônimo Leonardo Pirondi, que traçam sombras de um Brasil marcado pelo imperialismo norte-americano e pela ditadura militar.
Já no “Short & Mid-Length”, três títulos nacionais marcam presença. Se Eu Tô Aqui é Por Mistério, de Clari Ribeiro, se passa em 2054 em um Rio de Janeiro futurista e cheio de bruxaria. A travesti Dhalia desembarca no porto com a missão de fundar um clã e derrotar a Ordem da Verdade. O Silêncio Elementar, de Mariana de Melo, aborda a atividade mineira em Minas Gerais, com imagens de arquivo e narração, repensando as noções que temos sobre a paisagem. Um Tropeço em Cinco Movimentos, de Valentina Rosset, trata-se de um acompanhamento visual para a obra Corona for Pianist(s) do compositor Tōru Takemitsu.