A Franquia é o novo título no catálogo de séries da Max, criação de Jon Brown (um dos autores da premiada Succession), Armando Iannucci (que assina a série Veep) e Sam Mendes (de 1917 e Beleza Americana), os oito episódios de meia hora cada revelam os caóticos bastidores de um filme de super-herói fadado ao fracasso.

A produção foca nas figuras que ficam reservadas aos créditos dos blockbusters e normalmente não ganham os holofotes. Himesh Patel é Daniel, o primeiro assistente de direção que ainda não percebeu que já perdeu a cabeça ao lidar com as incompetências e transtornos do set. Ele ainda tem que atender aos desejos e à visão de Eric (Daniel Brühl), o diretor autoral acostumado com os circuitos de festivais, que se vê submetido à direção da produção de segunda categoria de um grande estúdio (não resta dúvidas que o chamado Maximum Studios se trata de uma sátira da Marvel).

"O meu trabalho é evitar que os atores se matem", diz Daniel no trailer divulgado - uma tarefa que não parece tão simples quando o protagonista (uma espécie de Thor mais deprimente), vivido por Billy Magnussen, começa a sofrer de efeitos colaterais causados pelo hormônio de crescimento para ovelhas que ele usa. Lolly Adefope faz Dag, a terceira assistente de direção, que entra com os comentários mais lúcidos possíveis em um set em chamas (figurativa e literalmente), "E se todos estivéssemos surtando? Bem, está acontecendo".

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A Franquia © Max

Um produto do seu tempo

A Franquia é fruto da sua própria era, onde a grande esperança de bilheteria recai na repetição de fórmulas que (um dia) já deram certo, e na qual os grandes estúdios preferem acreditar que o universo infinito das HQs de super-heróis darão continuamente rios de dinheiro (mesmo que os dados mostrem a invitável fadiga do público) - nem que isso signifique apostar em anti-heróis que debochem do próprio universo no qual estão inseridos, tal qual em Deadpool & Wolverine.

O grande objetivo de Daniel é fazer com que a a produção de 'Tecto', um filme sobre um herói que empunha uma britadeira invisível e causa terremotos, chegue ao fim sem ninguém morrer (o que, em última instância, pode ser negociado) e que o resultado tenha alguma (não muita) qualidade. Com situações absurdas da realidade da Marvel, que são piadas quase prontas, A Franquia faz do inferno disfuncional do set o seu palco. "No final do dia, a questão que eles enfrentam é: este é o novo amanhecer de Hollywood ou a última resistência do cinema? Esta é uma fábrica de sonhos ou uma indústria química?"

A Franquia já está disponível no streaming, assista ao trailer oficial legendado a seguir.