O criador de Bebê Rena, Richard Gadd, assinou um pré-contrato com vistas em um novo trabalho na Netflix. Isso se dá apesar de sua série ter motivado um processo de difamação de US$ 170 milhões à plataforma.
O chefe da Netflix, Ted Sarandos, fez o anúncio na conferência na manhã desta terça (17). Foi na Royal Television Society, em Londres. Conforme informado pela Variety, isso foi em resposta à pergunta de uma jornalista sobre o processo que envolve a série.
Apoio à Gadd rende novo trabalho
"Estamos facilitando os contadores de histórias para contar suas histórias", disse Sarandos quando questionado se a Netflix havia cometido um erro ao chamar a série de "história verdadeira". "Esta é a história verdadeira de Richard. Até assinamos um pré-contrato com Richard Gadd para fazer seu próximo trabalho na Netflix… Estamos muito orgulhosos de Richard e orgulhosos da história que ele contou e da maneira como ele a contou."
Apesar desse spoiler, nada mais foi revelado. Não se sabe, ainda, se Bebê Rena terá uma continuação ou se este pré-contrato foi assinado para uma nova produção.
"Não é um documentário", acrescentou o chefe do streaming. "Estamos assistindo a uma apresentação de atores na televisão — achamos que está bem claro que há dramatização envolvida. E eu também gostaria de ressaltar que este é um debate exclusivamente britânico, este debate não está acontecendo em nenhum outro lugar do mundo sobre Bebê Rena".
Sucesso premiado
Bebê Rena recebeu seis prêmios Emmy no domingo (15), incluindo melhor série limitada ou antológica, roteiro e ator principal para Gadd e atriz coadjuvante para Jessica Gunning.
Gunning interpretou Martha, a perseguidora do comediante esforçado de Gadd, Donny Dunn, com quem ele teve um relacionamento complicado. A história foi baseada nas próprias experiências de Gadd, com o escritor-ator dizendo à Variety, em abril, que o que é retratado na série é "tudo emocionalmente 100% verdadeiro".
"Tudo é baseado em casos que aconteceram comigo e com pessoas reais que conheci", disse. "Mas é claro que você não pode contar a verdade exata, tanto por razões legais quanto artísticas."
Processo de US$ 170 milhões
Essas razões legais vieram à tona em junho, quando uma mulher escocesa chamada Fiona Harvey processou a Netflix em US$ 170 milhões. Ela alega difamação, inflição intencional de sofrimento emocional, negligência e violações de seu direito de publicidade.
A Netflix apoiou Gadd desde o ajuizamento do processo, dizendo: "Pretendemos defender este assunto vigorosamente e defender o direito de Richard Gadd de contar sua história".