Um clássico da teledramaturgia brasileira, seus personagens icônicos e uma história que marcou época. Renascer estreia hoje (22) com um remake envolto de classificações que destacam a produção como uma "obra-prima de Benedito Ruy Barbosa". O autor foi quem escreveu a primeira versão da trama, exibida pela TV Globo em 1993.

A novela, agora, trará vários elementos que já marcaram a primeira versão. Músicas cheias de brasilidade, uma história de amor marcante e muitas reviravoltas estarão na trama de 2024. Sem contar o elenco estrelado, com grandes nomes que fazem e fizeram história na TV brasileira.

Mas por que Renascer é considerada uma obra-prima de Benedito Ruy Barbosa?

A primeira resposta é de uma pessoa especial para a trama e para o criador do enredo original. Se trata de Bruno Luperi, o responsável por escrever o remake e que também é neto de Benedito Ruy Barbosa. Junto dele, as respostas de Ana Lúcia Torre, integrante da primeira versão, e de Vladimir Brichta, do elenco atual. Também participou da enquete do Gshow o ator Jackson Antunes, integrante dos elencos de 1993 e de 2024. Os quatro deram suas opiniões sobre o que faz de Renascer uma obra-prima de Benedito Ruy Barbosa. Veja abaixo:

Bruno Luperi

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Bruno Luperi é neto de Benedito Ruy Barbosa e autor do remake de Renascer. ©TV Globo

"Eu considero que, junto com Pantanal, são as duas novelas mais marcantes dele, as duas novelas que têm sua autoria mais bem estabelecida. Renascer acho que ele está no auge da sua capacidade como dramaturgo. Então, é uma novela muito bem estabelecida, muito bem conceituada, trazendo também toda essa referência mítica do Brasil profundo, dos dizeres daquela terra, da Bahia, que foi uma viagem que fez com a família dele dos anos 70 e começou a colher um pouco disso. Então, foi uma história que ficou fermentando por muito tempo no imaginário dele até acontecer com essa força."

Ana Lúcia Torre

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Ana Lúcia Torre viveu a Quitéria, mãe da Maria Santa, na primeira versão de Renascer. ©TV Globo

"Tem alguns fatores. Primeiro, ela foi uma explosão de audiência, de aceitação. Isso que eu acho mais importante. Foi uma aceitação quase que geral. Segundo, ela transmite um pedaço do Brasil que é fundamental e foi fundamental desde a nossa descoberta. A Bahia, o cacau, os coronéis… E também, pelo fato de que ali você vai encontrar situações que, infelizmente, existem até hoje. Como os desmandos dos grandes e antigos coronéis . Eu falaria várias outras coisas."

Jackson Antunes

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Jackson Antunes era Damião, em 1993, e agora será Deocleciano. ©TV Globo

"Tantos anos passaram desde E o Vento Levou e vejo até hoje com um frescor, como se tivesse feito ontem. O Poderoso Chefão já vi milhares de vezes. Livros, como Grande Sertões: Veredas, do seu Guimarães Rosa é para sempre. Penso dessa forma. Euclides da Cunha, já li dezenas e dezenas de vezes. E Renascer está na boca do povo. Passo na rua e o povo diz: 'Estou vendo Renascer de novo. Vi todas as vezes que foi reprisada e estou vendo novamente no Globoplay.' Então, acho que tudo que tem mais de 30 anos, e tem essa sensação de frescor, de novidade, é porque é uma obra-prima. Acho que tudo que permanece no coração e na mente do povo, uma massa desse Brasil com 's', é uma obra-prima."

Vladimir Brichta

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Vladimir Brichta será Egídio, que na versão original se chamava Teodoro (Herson Capri). ©TV Globo

"A novela renovou a linguagem, deu uma modernizada enorme com a linguagem na fotografia, com Luiz Fernando Carvalho na direção e Walter Carvalho fotografando, pela primeira vez, fazendo uma novela. Tinha um elenco primoroso em todos os pontos. E a trama tinha elementos clássicos de novela, do folhetim, que são atemporais, que são as grandes paixões. Aquele amor do José Inocêncio pela Santinha, por exemplo, é uma das coisas mais impactantes, mais bem construídas, mais lúdicas e belas numa história de amor. E também tem a vingança, a disputa de poder, só que em um universo em que isso se traduz em violência, em tocaia. Ao mesmo tempo que é violento e é lúdico, ela acaba sendo épica porque é uma disputa de terras quase em um estilo feudal."

Mega capítulo de estreia

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Humberto Carrão e Marcos Palmeira dividem o protagonismo como José Inocêncio, em duas fases. ©TV Globo

O Brasil vibrou com as primeiras imagens e por resgatar a já conhecida saga de José Inocêncio. Para isso, o capítulo de estreia ganhará mais tempo de tela. Excepcionalmente hoje (22), a TV Globo deixará de exibir a Tela Quente. Será apresentada uma grade de programação especial para o start de Renascer. A novela terá um capítulo de estreia de 1h30min para cativar o espectador com belas imagens, uma superprodução e um enredo que já é familiar.

Esse capítulo especial tem no pacto do jovem com a árvore, uma das cenas mais marcantes da teledramaturgia brasileira. Um homem sozinho no mundo tem a coragem de fincar seu destino aos pés de um jequitibá-rei. O acordo de um destemido José Inocêncio passa a acompanhá-lo ao longo de toda a sua trajetória e dá à trama um ar de lendas e mistérios, tão enraizados em diversos aspectos da cultura brasileira. Tudo para contar como um homem sozinho no mundo tem a coragem de fincar seu destino aos pés de um jequitibá-rei.