Um dos filmes de terror mais lucrativos de todos os tempos, considerando-se o seu orçamento mínimo de US$ 35.000 (antes dos custos de marketing), A Bruxa de Blair está pronto para um reboot. Exceto que os seus criadores originais não foram consultados sobre o assunto (de novo).

Durante seu painel na CinemaCon, a Lionsgate anunciou a nova versão de A Bruxa de Blair, a ser produzida em parceria com a Blumhouse. A reação da equipe original do filme, que marcou o gênero de terror por sua linguagem tensa de 'filmagens encontradas', não foi nada positiva.

"É agridoce, honestamente", disse Ben Rock, o diretor de arte da obra original, ao THR. Não é a primeira vez que essa exclusão criativa ocorre, em 2000 foi lançada a sequência A Bruxa de Blair 2: O Livro das Sombras, que foi recebido de forma negativa pelo público e chegou a ser considerada uma das sequências mais desnecessárias do cinema, pela Variety.

Em 2016, os fãs de A Bruxa de Blair conheceram o terceiro capítulo da franquia, Bruxa de Blair, dirigido por Adam Wingard. O longa também não recebeu muita satisfação do público.

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A Bruxa de Blair © Haxan Films

As reações dos criadores

Ben Rock foi categórico ao pontuar o insucesso das duas sequências do icônico terror. "Eu acho que o que já aconteceu duas vezes agora é que os criadores originais foram esquecidos, e outras pessoas entraram, das quais todas eram boas. Mas nenhuma das sequências se conectou com o público da maneira que eles queriam que se conectasse. Então talvez valesse a pena conversar com alguns dos criadores originais.", desabafou.

Joshua Leonard, que interpreta um dos três protagonistas desaparecidos no filme de 1999, trouxe o seu descontentamento sobre o reboot para as redes sociais. "Eu tenho tanto orgulho do nosso filme punk-rock, e eu AMO que os fãs mantêm a chama acesa. Mas, a essa altura, são 25 anos de desrespeito dos caras que embolsaram a maior parte dos lucros do NOSSO trabalho, e isso parece nojento e sem classe.”

Até agora, a Lionsgate e Blumhouse permanecem em silêncio sobre o assunto, sem tentativa de contato com os criadores originais. Mike Monello, co-produtor do original e um dos desenvolvedores do site que atestava a veracidade do caso, tem uma sugestão: "Uma ideia radical: vocês poderiam tentar colocar este projeto nas mãos da equipe original que fez o primeiro”, escreveu Monello em uma postagem, marcando Jason Blum, a Lionsgate e Blumhouse. “Sabem, a equipe que realmente tem um plano para uma franquia inteira, para reinventar o que um filme da Bruxa de Blair poderia ser?”