Rir é sempre um ótimo remédio para as dores da vida, ainda mais quando a risada vem acompanhada de um bom roteiro e atores em cenas hilárias. Selecionamos as 20 melhores comédias, das mais clássicas às mais recentes, que se destacam no gênero e prometem boas gargalhadas. Uma lista para ter sempre em mãos para aqueles momentos que pedem apenas uma boa risada.
Apertem os Cintos…O Piloto Sumiu! (1980)
Ninguém suspeitaria que uma viagem de avião pudesse render tantas gargalhadas. Ted Striker (Robert Hays), um ex-piloto de guerra traumatizado e com medo de voar, entra em um avião com o único e singelo objetivo de ganhar o coração da comissária de bordo, Elaine Dickinson (Julie Hagerty), de volta. Mas uma intoxicação alimentar acomete toda a tripulação, deixando os passageiros e a aeronave literalmente fora de controle. Ted parece ser a única pessoa capacitada (à parte da sua fobia) para salvar o dia. Resta saber se ele conseguirá encarar seus traumas e aterrissar o avião em segurança antes que algo pior aconteça. Uma das melhores e mais loucas comédias já feitas, Apertem os Cintos…O Piloto Sumiu! tem a capacidade de levar o espectador às alturas.
O Grande Lebowski (1998)
Em O Grande Lebowski, os irmãos Coen (de Fargo e Onde os Fracos Não Têm Vez) entregam uma comédia absurda com um roteiro absolutamente bizarro que funciona. Jeff Bridges interpreta Jeff 'the Dude' Lebowski, um desempregado que passa os dias a meditar sobre a própria preguiça entre um cigarro de maconha e outro. Um dia, sua casa é invadida por dois bandidos que urinam em seu tapete e cobram uma dívida que nem é dele, mas do multimilionário Jeff 'the Big' Lebowski. Decidido a cobrar o velho rico pelo estrago em sua residência, 'the Dude' convoca os seus amigos de boliche (os excelentes Steve Buscemi e John Goodman) para a missão. Logo, os três se vêem em um emaranhado de situações, tão perigosas quanto surreais, regadas a muito White Russians.
Um Peixe Chamado Wanda (1988)
No filme, um quarteto improvável se reúne em Londres para colocar em prática um plano que promete render 13 milhões de libras esterlinas em diamantes. O grupo é composto pelo gangster inglês Georges Thomason (Tom Georgeson), seu associado gago Ken Pile (Sir Michael Palin), e sua namorada americana sedutora Wanda Gershwitz (Jamie Lee Curtis) com o seu suposto irmão (mas, na verdade, amante) Otto West (Kevin Kline). Quando Wanda e Otto tentam dar o golpe em Georges, acabam perdendo o paradeiro dos diamantes roubados e têm que se aproximar do seu advogado, Archie Leach (John Cleese) para tentar recuperá-los. Enquanto isso, Ken tenta, incessantemente (e hilariamente), assassinar uma senhora, a única testemunha do assalto. Um Peixe Chamado Wanda é uma deliciosa comédia com um elenco brilhante que promete tirar o fôlego e muitas risadas do público.
Triângulo da Tristeza (2022)
O primeiro filme em língua inglesa do premiado diretor sueco, Ruben Östlund, é uma sátira social a qual é impossível ficar indiferente. A comédia ácida acompanha uma viagem marítima em um cruzeiro milionário, onde o casal de modelos Carl (Harris Dickinson) e Yaya (Charlbi Dean) são passageiros ao lado de ultra ricos, e cujo capitão é interpretado por Woody Harrelson. Mas uma tempestade violenta combinada com uma intoxicação alimentar generalizada transformam o passeio de luxo em um pesadelo que subverte as relações de poder entre os que servem e os que são servidos. Com um roteiro brilhante e extremamente original, Triângulo da Tristeza arranca gargalhadas desconfortáveis do espectador. A obra teve três indicações ao Oscar.
Curtindo a Vida Adoidado (1986)
A deliciosa comédia Curtindo a Vida Adoidado, de John Hughes (Clube dos Cinco), fica no topo dos melhores filmes teen de sempre. Um jovem Matthew Broderick interpreta o esperto Ferris Bueller, um aluno popular na escola que tem os melhores métodos para fugir de suas responsabilidades. Um belo dia ele decide faltar à escola e tirar o dia para visitar Chicago, contando com o melhor plano já articulado de sempre - além da companhia de sua namorada, Sloane (Mia Sara), e seu melhor amigo, Cameron (Alan Ruck). Mas o enraivecido diretor da escola e sua irmã vingativa querem desmascará-lo a qualquer custo. As intrincadas estratégias de Ferris já divertem por si só, e suas aventuras são o sonho de todo adolescente que quer se opor ao universo opressor dos adultos.
Assim é a Vida (2017)
Uma comédia francesa brilhante que faz rir alto. Dos mesmos roteiristas e diretores de Intocáveis (2011), Assim é a Vida acompanha a preparação de um casamento francês de luxo “chique e elegante” - ou pelo menos é isso que o noivo espera. A equipe de Max (Jean-Pierre Bacri), o organizador do casamento, chega no suntuoso castelo do século XVII, preparada (ou quase), para entregar a melhor festa. Mas o DJ foi substituído por um animador cafona, o fotógrafo dá mais atenção aos quitutes do jantar do que ao seu trabalho, a assistente de Max é o stress em pessoa e arranja briga com todos, a sua amante e colaboradora quer terminar com ele e um aleatório professor que faz as vezes de garçom já esteve apaixonado pela noiva.
É o mix completo para um casamento bombástico com muitas situações hilariantes. O filme conta com a capacidade de tocar em assuntos relevantes e contemporâneos e, ao mesmo tempo, divertir de forma inteligente com um característico humor francês.
Se Beber, Não Case! (2009)
Seria só mais uma típica comédia americana de loucuras em Las Vegas, não fosse o roteiro super bem trabalhado e a química realmente hilária do elenco. Em Se Beber, Não Case!, três amigos acordam em Vegas, desorientados após uma despedida de solteiro selvagem. Mas o noivo está desaparecido e os três têm que relembrar os acontecimentos da noite anterior para terem chance de levar o amigo até o altar a tempo. A comédia desafia os limites do absurdo, conseguindo juntar um tigre e Mike Tyson no mesmo apartamento. O sucesso do filme perdurou no tempo e continua sendo uma das mais engraçadas comédias deste século.
Monty Python - O Sentido da Vida (1983)
A trupe britânica Monty Python está sempre associada às melhores comédias e essa lista não estaria completa sem a sua presença. Em Monty Python - O Sentido da Vida, o grupo se debruça sobre as principais questões filosóficas que aterrorizam o ser humano desde sempre. Dividido em capítulos que abordam diversas fases da vida, do nascimento à morte, são exibidas as situações mais absurdas, inacreditáveis, grosseiras e perturbadas que, ao final, tornam a experiência de assistir o filme perfeitamente hilariante. Graham Chapman, John Cleese, Terry Gilliam, Eric Idle, Terry Jones e Michael Palin interpretam médicos, garçons, soldados, padres e, inclusive, peixes. Tudo isso para tentar responder: qual é, afinal, o sentido da vida?
Dr. Fantástico (1964)
A obra do gigante Stanley Kubrick mergulha o espectador em um humor sombrio, que assusta tanto quanto diverte, pela semelhança com a realidade. Um general americano, de nome Jack D. Ripper (Sterling Hayden), tem pensamentos enlouquecidos sobre um provável envenenamento das águas dos EUA e de sua população pela União Soviética. Desobedecendo às normas e hierarquia militar, ele ordena um ataque atômico à URSS. Em um Pentágono caótico, o Presidente (Peter Sellers) convoca figuras-chave para tentar impedir a aniquilação total. Em Dr. Fantástico, Stanley Kubrick pinta um retrato tragicômico do mundo em guerra fria com a maestria que só um diretor do seu calibre consegue atingir.
O Virgem de 40 Anos (2005)
Steve Carell tem muito a aprender, mas talvez os seus colegas de trabalho não sejam os melhores conselheiros. Andy Stitzer (Carell) tem 40 anos e é virgem - depois de muitas incursões darem errado, ele apenas acabou desistindo. Mas quando o seu segredo vem à tona, Andy sente a pressão e acaba confiando em seus colegas da loja de eletrônicos onde trabalha em busca de auxílio. A comédia tem seus momentos verdadeiramente hilários, ajudada por um roteiro inteligente e atores muito divertidos retratando homens crescidos que claramente nada entendem sobre o misterioso universo do sexo. O Virgem de 40 Anos, que podia ser apenas um escracho, ganha pontos ao colocar Andy finalmente encontrando o amor - sem que isso lhe poupe sofrimentos e situações engraçadas, é claro - quando conhece Trish (Catherine Keener), uma mulher divorciada que segue à risca sua regra própria de “sexo apenas depois do vigésimo encontro”.
A Primeira Noite de um Homem (1967)
A comédia de Mike Nichols, A Primeira Noite de um Homem, é um grande filme por si só, que consegue entregar cenas engraçadas ao mesmo tempo que se consolidou como uma primorosa sátira social. A obra rendeu um Oscar ao diretor e foi responsável por deslanchar a carreira de Dustin Hoffman, que estrela como um rapaz recém-formado dividido entre dois amores.
Ben Braddock (Hoffman) acaba de completar a faculdade. Ele volta para a Califórnia sem saber o que fazer da vida, mas parece que todos ao seu redor querem cobrar uma carreira, enquanto a sua ansiedade só aumenta. O inexperiente Ben ainda sofre as investidas da Sra. Robinson (Anne Bancroft), amiga de seus pais, com a qual acaba se envolvendo sexualmente. Mas o jovem começa a nutrir sentimentos pela sua filha, Elaine Robinson (Katharine Ross), e tem que descobrir como resolver a situação constrangedora e viver a vida que ele realmente quer. Uma das melhores e mais profundas comédias já feitas.
Pequena Miss Sunshine (2006)
O queridinho cult explora as dores e belezas das relações no seio de uma família americana disfuncional. A pequena Olive (Abigail Breslin) tem finalmente a chance de seguir o seu sonho quando é selecionada para participar do concurso de beleza infantil Little Miss Sunshine. Mas sua mãe esgotada (Toni Collette) acaba de acolher seu tio (Steve Carell), um especialista em Proust que sobreviveu a uma tentativa de suicídio após seu romance com um aluno dar errado. Seu pai (Greg Kinnear) tenta decolar uma carreira ensinando 9 passos motivacionais para o sucesso, apesar de nunca tê-lo atingido. Seu irmão (Paul Dano), é um seguidor de Nietzsche e vive um voto de silêncio até se tornar piloto. E o avô (Alan Arkin) é um senhor viciado em heroína que foi recentemente expulso de uma casa de repouso. Apesar de tudo, a família embarca em uma kombi amarela rumo à Califórnia.
Pequena Miss Sunshine nos coloca em uma viagem que expõe as feridas da família, ao mesmo tempo que mostra o quão fundamental é o apoio que podemos dar uns aos outros.
Feitiço do Tempo (1993)
Nessa comédia, Bill Murray vive o mesmo dia de novo, de novo e de novo. O narcisista e prepotente Phil Connors (Murray), é o homem do tempo de um jornal que recebe a tarefa de cobrir a festa do Dia da Marmota. Insatisfeito com o trabalho, ele tenta despachar a matéria o mais rápido possível, mas após uma tempestade de neve, ele e sua equipe encontram-se presos na peculiar cidade de Punxsutawney. Para o terror de Phil, ele acorda no dia seguinte apenas para descobrir que está preso no Dia da Marmota, aparentemente para sempre, ou até que consiga vivê-lo “corretamente”. Feitiço do Tempo é, sem dúvida, uma das melhores comédias estilo ‘déjà-vu’, onde um brilhante Bill Murray diverte e surpreende.
Tempos Modernos (1936)
Não poderia faltar na lista de melhores comédias o clássico Tempos Modernos, último filme silencioso de Charlie Chaplin. O longa explora as desventuras de um vagabundo que luta para conseguir se encaixar na sociedade modernizada. Começando como operário da linha de montagem de uma fábrica, até ser usado como cobaia de uma máquina de alimentação automática, Chaplin utiliza o corpo e as expressões com uma genialidade e comicidade que poucos alcançaram. Eventualmente o personagem é internado em uma clínica psiquiátrica após um colapso - apenas para depois sair e ser confundido com um militante comunista, indo parar na prisão. O filme é de uma profunda poesia, ao mesmo tempo que os infortúnios do personagem ganham um caráter divertido e inventivo com a performance do eterno Charlie Chaplin.
Barbie (2023)
A icônica boneca Barbie sofre uma crise existencial. A premissa do filme de Greta Gerwig, também escrito por Noah Baumbach, é, por si só, cômica. Mas a maestria com que é realizado o filme, eleva o seu humor para outro patamar. Margot Robbie vive uma Barbie convencional na incrível Barbielândia, governada pelas e para as Barbies e onde tudo é perfeito e todos os dias são identicamente divertidos. Até que ela começa a se questionar sobre a morte e seus pés colam no chão, obrigando-a a partir para o mundo real para reverter a situação. Seguindo os seus passos está Ken (interpretado por um brilhante Ryan Gosling), que entra em êxtase ao descobrir o maravilhoso universo do patriarcado.
Barbie é uma das melhores comédias subversivas que conjuga momentos (vários) hilários com sutis (ou nem tanto) críticas sociais, presenteando o espectador até mesmo com momentos de maior sensibilidade onde fica difícil não se emocionar. A não perder!
Quanto Mais Quente Melhor (1959)
Uma jóia do cinema, Quanto Mais Quente Melhor é uma das melhores comédias de Billy Wilder e conta com as ilustres presenças de Marilyn Monroe, Tony Curtis e Jack Lemmon, esbanjando momentos engraçados, até nas menores piadas. Na trama, Curtis e Lemmon vivem Joe e Jerry respectivamente, dois músicos que testemunham um assassinato de gangues pelo gângster Spats Colombo (George Raft). Em fuga, a única opção dos dois é transformarem-se em ‘Josephine’ e ‘Daphne’, juntando-se a uma banda feminina em turnê rumo à Flórida. A líder da banda é, ninguém mais ninguém menos, do que a adorável Sugar Kane, interpretada por Monroe. Claro que os músicos ficam encantados com Sugar, sendo que Joe tenta ganhar seu coração, enquanto Jerry tem que lidar com um milionário desagradável que persegue a pobre ‘Daphne’. As confusões já são muitas e divertidas, até que o terrível Spats Colombo aparece novamente.
Superbad - É Hoje (2007)
Michael Cera e Jonah Hill estão hilários em Superbad - É Hoje, filme do início de suas carreiras que marcou o gênero de comédia neste século. Os atores vivem dois adolescentes excluídos, Evan e Seth, que querem aproveitar as últimas semanas do ensino médio para perderem a virgindade. Suas chances começam a aumentar quando, surpreendentemente, são convidados por Jules (Emma Stone), para uma festa em sua casa. Os dois convocam o amigo nerd Fogell (Christopher Mintz-Plasse) para ajudá-los a comprar bebida alcóolica com a sua nova identidade falsa. Mas o plano começa a complicar quando o caminho de Fogell (ou McLovin) cruza com o de dois policiais incompetentes.
Meninas Malvadas (2004)
E porque a escola é um dos ambientes mais propícios para render uma boa comédia, Meninas Malvadas, escrito pela comediante Tina Fey, também tem o seu lugar de destaque. No filme, Cady Heron (Lindsay Lohan) tem muito a aprender sobre o funcionamento de um típico ensino médio americano estereotipado, afinal a nova aluna até então tinha sido educada em casa. Logo, o trio de garotas populares, as 'Plásticas', se interessa por ela, mas Cady comete o erro de se apaixonar pelo ex-namorado de Regina George (Rachel McAdams), a líder do bando e o mal em pessoa. A comédia explora de maneira engraçada o comportamento social com piadas satíricas e humor inteligente.
O Auto da Compadecida (2000)
João Grilo e Chicó, os dois queridos personagens da literatura e do cinema brasileiros, arrancam risadas em uma das melhores comédias e um dos filmes nacionais mais amados de todos os tempos. A trama, adaptada da obra de Ariano Suassuna, acompanha as aventuras dos nordestinos, sendo João Grilo (Matheus Nachtergaele), o mentiroso, e Chicó (Selton Mello), o covarde da dupla. Eles atravessam os dias enganando os moradores da pequena Taperoá, no sertão da Paraíba, até que Nossa Senhora (interpretada pela ilustríssima Fernanda Montenegro) aparece. O Auto da Compadecida é um filme imaginativo com um toque teatral que entretém pela sua capacidade de brincar com a cultura única do Brasil e divertir o espectador.
Melhor É Impossível (1997)
Jack Nicholson prova que tem o dom do humor ao viver Melvin Udall, um escritor com transtorno obsessivo compulsivo e uma pessoa no mínimo desagradável, em Melhor É Impossível. O autor mal-humorado tem que se adaptar quando o seu vizinho homossexual (Greg Kinnear) é espancado e coloca o seu cão aos cuidados de Melvin (que o destesta). Mas seu coração parece amolecer e ele tenta iniciar uma relação com a única pessoa que o suporta, Carol (Helen Hunt), uma garçonete que se ocupa dos cuidados do seu filho doente. A comédia se utiliza das farpas trocadas entre os personagens para criar diálogos engraçados que são potencializados com três atores de grande calibre e, finalmente, ganha seu brilho ao colocar o trio improvável em uma viagem que os mostra, apesar das adversidades, o lado bom da vida.
