Expectativas criadas há muito tempo movimentam uma energia em torno de Renaissance - A Film by Beyoncé. A produção promete mostrar a turnê "Renaissance", de Beyoncé, mas não somente as apresentações musicais. São duas horas e 48 minutos de música, bastidores da tour e um lado documental do processo de construção do álbum “Renaissance”.
A estreia global está oficialmente marcada para a próxima sexta-feira (1º), mas o filme só chega aos cinemas brasileiros no dia 21 de dezembro. Portanto, o Cineserie ajuda com uma prévia do que esperar até lá.
O jornalista Kyle Buchanan, do The New York Times, foi um dos convidados da pré-estreia da produção. Confira abaixo algumas conclusões e spoilers que o repórter de cultura pop publicou em sua coluna no site do jornal.
Muito além de um show gravado
O novo filme leva o espectador para trás das vigas de aço. É possível entender como a gigantesca turnê foi montada. “Estou animada para que as pessoas vejam o show”, diz Beyoncé no filme, “mas estou muito animada para que todos vejam o processo”.
O processo ao qual a cantora se refere foi todo comandado pela própria. Desde a iluminação até a decoração do cenário e a orquestração. Em alguns momentos ela se mostra frustrada porque seus pedidos não são ouvidos. “Comunicar-se como mulher negra”, diz ela, “tudo é uma luta”. Porém, todos acabam por acatar o que é pedido e orientado por ela. “Eventualmente, eles percebem que essa vadia não vai desistir”, diz Beyoncé.
Beyoncé também dedica segmentos de bastidores à sua recuperação de uma lesão no joelho, a uma visita à sua cidade natal em Houston e ao seu falecido e querido tio Johnny, cujo amor pela house music ajudou a inspirar os dançarinos da tour. E também há muitas imagens de fãs em vários estágios emotivos, de choro ou de admirada devoção.
O que ficou de fora
Embora o prelúdio cheio de baladas que abriu o set list de Beyoncé na tour tenha sido cortado, quase todas as outras músicas da turnê estão no filme. A única grande omissão é uma parte dos bastidores que passa rápido demais: Beyoncé convocou uma reunião do Destiny's Child em Houston. Isso incluiu não apenas Kelly Rowland e Michelle Williams. Também estiveram LeToya Luckett e LaTavia Roberson, que foram expulsas do grupo. “Foi como um novo nascimento para nós e muita cura”, diz Beyoncé em sua narração. Porém, as cinco juntas só são vistas por um segundo e não é audível o que discutiram.
O mistério dos clipes perdidos
O álbum “Renaissance” foi lançado em julho de 2022 sem qualquer tipo de acompanhamento de videoclipe. Isso surpreendeu, considerando a recente série de álbuns de Beyoncé. Um vídeo teaser subsequente para a primeira faixa do álbum “Renaissance”, “I’m That Girl”, parecia prometer mais por vir, mas não aconteceu.
O filme mostra que em Louisville, Kentucky, um fã ergueu uma placa perguntando onde estavam os viceoclipes "perdidos". Beyoncé respondeu à multidão: “Vocês são os recursos visuais”. Os fãs não gostaram da reposta, por isso o filme pode ser atrevido por mostrar este momento. Porém, não há uma explicação de por que eles, aparentemente, foram descartados.
Blue Ivy lutou por seu lugar
As luzes do filme são voltadas unicamente à Beyoncé, propositalmente para manter o foco na própria. Apesar disso, em duas paradas da turnê foram registradas outras presenças. Em Houston, Megan Thee Stallion cantou "Savage". E em Los Angeles, Diana Ross e Kendrick Lamar apareceram para o show realizado no aniversário de 42 anos de Beyoncé.
Essas aparições entraram no filme, mas a convidada mais especial é a filha de 11 anos de Beyoncé, Blue Ivy Carter. A menina já vinha se apresentando como dançarina dos hits da mãe, mas para a turnê foram necessárias algumas negociações. “Ela me disse que estava pronta para se apresentar e eu disse não”, diz Beyoncé no filme. A produção mostra que Beyoncé ficou consternada quando Blue Ivy leu comentários nas redes sociais que criticavam seus movimentos de dança. Mas a mãe ficou emocionada porque, em vez de desistir, ela decidiu trabalhar e ensaiar ainda mais.
Blue Ivy também aparece em muitas das cenas dos bastidores, oferecendo sua opinião muitas vezes franca sobre design de palco, escolhas de músicas e muito mais. Em um filme onde todos tratam Beyoncé como uma chefe ou uma deusa, Blue Ivy é uma presença divertida e irreverente: para esta menina de 11 anos, Beyoncé é apenas uma mãe.
